sem vaidade...


O dia em que perdi a vaidade foi o dia do meu verdadeiro nascimento. No dia em que perdi a vaidade descobri-me a mim mesmo na realidade do que sou sem fantasias, sem fingimentos, sem pinturas de maquilhagem enganadora. No dia em que perdi a vaidade, percebi-me melhor sem as preocupações das cores a combinar, do cabelo alinhado, dos sapatos a condizer. No dia em que perdi a vaidade senti-me mais eu, menos distante, menos importante, menos dono do mundo. No dia em que perdi a vaidade encontrei o meu lugar, o meu espaço, o meu papel, a minha missão, o sentido do que sou e do que faço e descobri um objectivo para todas as coisas. No dia em que perdi a vaidade ganhei-me a mim mesmo e ganhei tempo e atenção e ternura e gratidão e adquiri mais gestos gratuitos para com a vida. No dia em que perdi a vaidade deixei a exigência louca de ter tudo certinho, cada coisa no seu lugar, tudo perfilado e ganhei na variedade e na criatividade de cada coisa e de cada pessoa. No dia em que perdi a vaidade descobri um mundo imenso, ganhei liberdade e horizonte, ganhei asas e voei mais alto e mais longe. No dia em perdi a vaidade sentei-me no chão, meti as mãos na terra húmida, ouvi o canto dos pássaros, percebi a força da natureza, misturei-me com as ondas e voei no sonho com as nuvens mais carregadas que espalham gotas de esperança. No dia em que perdi a vaidade encontrei uma vida nova onde as pessoas são felizes porque sim, sem mais nada, sem mais nem para quê, apenas porque são e vivem. No dia em que perdi a vaidade despi-me de preconceitos, tornei-me mais forte que as vozes do mundo e segui o meu caminho. No dia em que perdia a vaidade tornei-me eu…

Fonte: http://manecas-azul.blogspot.com/