Soneto de Separação, do grande "poetinha"



De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.


De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.


De repente, não mais que de repente

Fez-se de triste o que se fez
E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo o distante


Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

(Vinicius de Morais)

Para ouvir enquanto lê:

(Luiz Monaro, devo dizer que novamente me inspirei no seu blog " http://avantecultura.blogspot.com ", que por sinal sempre lindo e cheio de novidades!)